Casali
Cânfora
Autores: V. W.D.Casali, F. M.C.Andrade, E. S.M.Duarte
Livro: Acologia de Altas Diluições
A preparação básica é feita com a planta “cânfora”, família Lauraceae.
Palavras chave:
Frialdade. Colapso (pulso fraco). Aversão a ficar coberto. Fotossíntese. Cianose em animais.
Patogenesia
Sinais Funcionais:
Fraqueza geral e frialdade repentina, redução da circulação, prostração intensa, colapso do organismo. Impotência, porém com excitação.
Sinais de Exaltação
Sensações:
Ar frio, ondas de calor, pulsações na região occipital, nariz apertado, cair, fezes frias, urina fria, muco frio, descargas elétricas nas raízes dos dentes incisivos, cérebro ferido, vomitar, estar pálido, pulso fraco, respiração fraca, perda da consciência, genitais frios, poder matar pessoas, objetos cintilantes, ferida ao engolir, não toca o chão, poder voar, língua gelada, estar com muitas feridas, dores em todo o corpo, vazio na cabeça, cabeça oca, cérebro comprimido, dentes aumentados, estômago lotado, paralisia nas pernas, estar só no universo, abandono, isolamento. Ilusões: vê monstros, está no inferno, objetos estarem maiores.
Sinais Subconscientes
Medos: espelho, ficar sozinha, escuro, dos próprios pensamentos, morrer na cama.
Sinais Mentais:
Memória fraca. Pensa que não tem memória. Confusão mental. Pensamentos que torturam.
Sinais Emocionais:
Chora frequentemente. Chora no espelho. Chora e não sabe porque. Choro involuntário. Queixas, sente-se desgraçado.
Sinais Comportamentais:
Aversão a todos os trabalhos. Grita excitado. Comporta-se com raiva violenta e auto agressão. Comportamentos: arranha, cospe, morde, rasga suas roupas.
Sinais Gerais:
Espuma pela boca. Deseja ar frio. Falta de calor vital. Delírio com calor na garganta e sede com dor no estômago. Impulsos de se atirar pela janela. Angústia. Ansiedade. Inquietude. Desajeitado e inábil. Delicado.Desespero por sua salvação. Visões horríveis. Insônia.
Sinais Físicos:
Frialdade. Náuseas depois de beber água. Rosto azulado. Frialdade no estômago. Vômitos por suores frios, ardor e dor no estômago. Asma após esforço. Respiração ansiosa. Hálito fétido e gosto amargo pela manhã.
Coração:
Palpitações depois de comer, pontadas com opressão do lado esquerdo e ansiedade. Palidez, alternando com rosto avermelhado.
Cianose (especialmente de lábios), suores frios pelo rosto e expressão ansiosa. Epistaxe persistente. Hálito frio. Diarreia e cólera. Retenção com bexiga cheia. Fezes pretas. Membros muito frios, pés e mãos geladas, nariz frio, língua fria. Não percebe o calor e por isso tem queimaduras (domésticas e no trabalho). Olhos de assustadiço, olhar fixo, pupila dilatada. Tosse seca. Sede insaciável (bebe grande quantidade de água). Grande acúmulo de muco nas vias respiratórias. Cefaleia enquanto tem catarro (com dores até a ponta dos dedos).
Generalidades
Agrava:
Agrava pelo movimento, à noite, com ar frio, com toques.
Melhora:
Melhora as dores ao pensar na dor e em ambiente quente.
Patogenesia no Vegetal:
6CH – aumenta a fotossíntese líquida (Sphagneticolatrilobata/margaridinha).
12CH – diminui a fotossíntese líquida (Sphagneticolatrilobata/margaridinha).
Perfil (Criança):
Frialdade, não aceita cobertor, nervosa e geniosa, não aceita contrariedades (fica pálida e prostrada), lábios arroxeados, medo ao ficar só, medo de espelho. Sensível aos toques. Dons artísticos notáveis.
Indicações:
Quadros Comuns
Sistema circulatório e respiratório:
Pulso fraco com prostração imediata e sensação de frio, com calafrios, desejo de estar agasalhado, espirros, colapso cardíaco, respiração fraca, pulso irregular, angústia cardíaca, sensação de morte, pupilas se contraem e depois dilatam, face pálida. Broncopneumonia, bronquite, narinas obstruídas, estado gripal, dispneia, sufocação.
Distúrbios Diversos:
Sede insaciável de pequenos volumes de água que são logo vomitados. Dores no estômago que cessam após colapso, cólicas. Eretismo sexual intenso porém com fraqueza na cópula.
Quadros Gerais:
Colapso cardíaco (corpo frio com face pálida de morte, lábios azulados), prostração profunda. Convulsão com angústia mental. Espasmos de recém-nascido causados por asfixia. Palpitações, enterite, gastrenterite, envenenamento por mariscos e cogumelos. Convulsões infantis, cólera infantil, febre, pneumonia, choque traumático. Colapso repentino com aversão ao calor. Cefaleia martelante occipital.
Dores internas devidas ao súbito resfriamento. Sequelas do sarampo. Convulsões. Súbita impossibilidade de urinar. Ataques histéricos violentos. Erisipela.
Quadros Animais:
Cianose – 5CH.
Quadros Vegetais:
Deficiência de água, transporte passivo insuficiente, absorção diminuída, menor respiração e menor fotossíntese. Após o impacto de frentes frias persistentes (aplicar somente enquanto predomina a frente fria), com ou sem clorose. Plantas que agravam com ventos frios à noite.
Obs:
Sinaliza borboletas, lagartas e formigas diminuindo a população de insetos presente nos cultivos. Age profundamente e rapidamente, daí aplicar em dose única preferencialmente.
Atenção:
Modifica a ação de muitos preparados homeopáticos por isso é muito recomendado como antídoto. Tem ação rápida. Doses frequentes causam patogenesias rápidas e passageiras. A pessoa não distingue calor do frio, só sente frio, por isso tem queimaduras frequentes.
Homeopatia Complementar:
Cantharis.
Homeopatias sucessoras recomendadas:
Aesculus, Antimonium crudum, Belladona, Cocculus, Nux vomica, Rhus tox, Veratrum.
Homeopatias Incompatíveis:
Apis mellifica, Kali nitricum.
Antídotos:
Dulcamara, Opium, Phosphorus.
Duração:
24 horas.
Dinamizações:
1CH a 30CH.
Outras Denominações:
Camphora officinalis, Cinnamomum camphora.
Phatak
Cânfora
Autor: Dr. S.R. Phatak
Obra: Matéria Médica Concisa
Generalidades:
Frialdade, cãibras e convulsões, com angústia mental são as características marcantes das indicações de Cânfora. Convulsões com lábios azuis, espuma na boca e mandíbula travada. É um remédio para o colapso súbito, de influências avassaladoras que atuam nos centros nervosos. O paciente fica gelado; ainda ele é averso a coberturas, ou as quer tirar, e depois alternadamente com calor ardente interno e ansiedade. Repentino; fraqueza; desmaios piorando. Colapso seco, com pouco vômito e purgação; na cólera. Espasmos tetânicos com dentes à mostra, com retração dos lábios, seguidos de estupor, com frieza. Trismo do recém nascido. Frio no início dos resfriados. Descargas escassas ou retidas. Muito sensível ao ar frio ou resfriado. Erupções suprimidas. Estranheza. Partes moles retraídas. Efeitos nocivos, de choque; de lesão; operações, insolação. Vexação. Corrige casos estragados e antídotos da maioria dos medicamentos (especialmente reino Vegetal). Trato digestivo. Nervos cerebroespinais, órgãos urinários e nariz são proeminentemente afetados. Sensação de ondas quentes, durante a dor, com inquietação.
Melhora:
Descargas gratuitas. Suor. Pensando nisso. Beber água fria.
Piora:
Frio; rascunhos. Quando meio adormecido. Esforço mental. Choque. Supressões.
Desatenção. Movimento. Noite.
Mente:
Insensibilidade, desaparecimento de todos os sentidos ou ansiedade. Estranheza.
Perda de memória. Delírio. Mania; religiosa, puerperal. Quer pular da cama ou da janela. Não gosta de ninguém perto dele. Nada o satisfaz. Animado, fala constantemente, repreende, em linguagem indecente.
Sentindo que vai morrer, aliviada, ao se ver viva. Ataques de angústia à noite. Estado de frenesi, histérico, arranhões; cospe, morde, rasga suas roupas. Gritos e pedidos de socorro. Fecha os olhos e não responde a perguntas.
Cabeça:
Sente-se amarrado. Occipital latejante, sincronizado com o pulso, melhor em pé; quando privado de relações sexuais. Pontos fugazes em templos e órbitas.
A cabeça é puxada para um lado (em espasmos). As dores vão da cabeça à ponta dos dedos.
Olhos:
Os objetos parecem muito claros; ou mover para um lado com um empurrão. Fixo, fixo, virado para cima ou para fora. Pupilas dilatadas.
Os olhos se projetam, com mania. Olhos profundamente fundos.
Ouvidos:
Lóbulos das orelhas quentes e vermelhos.
Nariz:
Frio e beliscado. Coriza na velhice. O ar inalado parece frio. Epistaxe persistente, com estado de pele arrepiada.
Face:
Abatido, pálido, azulado, velho, espremido. Pálido e vermelho alternadamente. Suor frio. Lábio superior retraído. Dentinho. Distorcido. Caretas. Espuma ou espuma na boca.
Boca:
Língua, azulada. Frio, tremendo. Discurso; quebrado, fraco, rouco. Hálito frio. Chá quente fervente parece frio. Dor de dente melhor cerveja.
Estômago:
Sede ardente. queima; no estômago; no abdome. Cólera asiática. Pouco vômito ou purgação; com colapso seco. Fezes de água de arroz. Vômito pela manhã bilioso, azedo.
Órgãos urinários:
Estrangular. Hematúria. Retenção.
Macho:
Excitação sexual. Satiríase. Priapismo, durante os sonhos. Impotência.
Fêmea:
O desejo sexual aumentou. Ondas de calor com frieza no abdome e nos membros, no clímax. Constantemente descobre seus seios, mania.
Órgãos respiratórios
Asfixia neonatal. Voz rouca e esganiçada. Hálito frio. Respiração suspensa. Ataques violentos de tosse seca.
Coração:
Pulso; fraco, não perceptível, frequente, pequeno. Palpitação depois de comer.
Extremidades:
Polegares desenhados para trás. Cãibras nas panturrilhas. Rachaduras nas articulações. Frio, dormente, formigamento. Pés frios, dores como se tivessem torcido.
Pele:
Seco, lívido, azul, frio, não suporta ser coberto. Erisipela. Todas as sequelas do sarampo.
Dormir:
Insônia com membros frios. Muito inquieto. Sono comatoso.
Febre:
Tremendo frio com pele fria, quer coberturas apenas durante o estágio quente. Febres inflamatórias repentinas, com rápida alternância de calor e frio, seguida de rápida prostração. Aquecer ou suar cobre melhor. Frio abaixo da escápula, antes dos resfriados. Transpira quando coberto, corpo torna-se frio, quando descoberto.
Relacionado
Carb-v, Copa, Op, Secale
Complementar:
Cantharis
Nilo Cairo
Cânfora
Autor: Sr Nilo Cairo
Obra: Guia de Medicina Homeopática
Sinonímia:
Camphora officinalis, Cinnamomum camph. Pertence às Lauraceae. Grande remédio do colapso; todo o corpo é frio como o gelo, a face é mortalmente pálida, os lábios azulados, o pulso apenas perceptível, a prostração profunda. E, contudo, o paciente não pode suportar ficar coberto. Face pálida, lívida e fria exprimindo ansiedade. Convulsão com angústia mental. Espasmo em recém-nascido, em consequência de asfixia.
Cólera asiática em seu começo, com colapso, ou seca ou fulminante; cólera infantil, febre tifóide, febre perniciosa, pneumonia, febres eruptivas, bronco pneumonia, choque traumático. “Em todas as moléstias, sejam quais forem, em que sobrevier o colapso súbito com aversão ao calor, Camphora é o primeiro remédio em que se deverá pensar”. (DR. NASH). Angústia cardíaca. Palpitações. Pulso filiforme. Insônia com pernas frias. “Sob a forma de pílulas comuns de Camphora, eu a tenho achado um excelente remédio para a insônia simples”. (DR. JOHN CLARKE). Cefaléia martelante no occiput. Poluções noturnas. Priapismo. Amenorréia. Dada logo ao primeiro arrepio de frio, pode cortar um defluxo iminente. “Em todas as espécies de dores internas, súbitas, devidas a resfriamento, ou a outras causas, Camphora, em doses rapidamente repetidas, é excelente”. (DR. JOHN CLARKE). Más consequências do sarampo; convulsões; espasmos; crianças escrofulosas e irritáveis. Localmente, é útil no reumatismo crônico e em tinhas. Súbita impossibilidade de urinar, ou frequente, difícil e dolorosa micção. Algumas gotas apenas passando de cada vez — excelente remédio. “Nos ataques histéricos violentos, uma gota de Camphora T. M. em um pequeno torrão de açúcar posto sobre a língua, cada 5 ou 10 minutos, é muito eficaz”. (DR. BAYES). BOENNINGHAUSEN diz que Camphora administrada de 15 em 15 minutos, cura a erisipela em pouco tempo. Melhora da dor, pensando nela.
Complementares:
Canthar.
Remédios que lhe seguem bem:
Aesc., Ant., Bellad., Cocculus, Nux, Rhus e Verat. Inimigos: Apis e Kali nit.
Antídotos:
Canthar., Dulcam., Nit. s. d., Opium e Phosphorus.
Duração:
1 dia.
Dose:
T. M. uma gota de cada vez num pouco de açúcar seco sobre a língua, mas, como a Camphora irrita o estômago, deve-se preferir, nos casos de colapso, as injeções hipodérmicas de óleo canforado a 10%, conforme os alopatas. 1.ª, 3.ª, 5.ª, 6.ª, 12.ª e 30.ª.
Cânfora
Autor: Boericke
Livro: Matéria Médica
Benefícios e Indicações
Este remédio é também recomendado em casos de distúrbios reumáticos, especialmente em climas frios, e condições como cãibras, espasmos tetânicos e convulsões epileptiformes. Pacientes com sintomas como inquietação extrema, sudorese fria e dor aliviada ao pensar sobre a causa da dor se beneficiam do uso de Cânfora.
Além disso, a Cânfora é eficaz em situações de insônia com membros frios, dificuldades respiratórias como asma e tosse seca, e em condições de cãibras musculares, formigamento, e dor nas extremidades. Em termos gerais, Cânfora é indicada para condições associadas a distúrbios circulatórios e nervosos, com uma ação estimulante no coração em emergências, sendo um excelente remédio para restaurar a vitalidade e a circulação quando o corpo está em estado de colapso.
Relação
A Cânfora pode antídoto ou modificar a ação de vários medicamentos, incluindo tabaco, ópio e remédios para vermes. Comparar com Carbo vegetabilis, Cuprum, Arsênico e Veratrum album, que também têm efeitos em estados de colapso, frio extremo e distúrbios circulatórios.
Dose
A Cânfora é geralmente administrada em tintura, com doses de gotas repetidas frequentemente ou com inalação de Spirits of Camphor. As potências são igualmente eficazes e podem ser ajustadas conforme a resposta do paciente.
VITHOULKAS, George. Canfora. Disponível em: https://www.vithoulkas.com/learning-tools/materia-medica-boericke/camphora-boericke/