Casali
Belladona
Autores: V. W.D.Casali, F. M.C.Andrade, E. S.M.Duarte
Livro: Acologia de Altas Diluições
A preparação básica é feita com o sal químico Carbonato de Bário. Atropa belladona é a Belladona muito conhecida. Na preparação básica é usada a planta beladona, família Solanaceae (é a família do tomate, berinjela, jiló, trombeta, juá). Contém compostos tóxicos com destaque a atropina (de efeito terapêutico). A planta é considerada venenosa.
A atropina está nos anestésicos das cirurgias e nos colírios aplicados durante exame de vista. Pessoas sensíveis podem passar a manifestar sintomas (de Belladona) após cirurgias ou após uso frequente de Atroveran (formulação alopática de cólica). O preparado homeopático tem ação rápida e forte.
Palavras chave:
Aumenta a reação vital. Crises repentinas. Sintomas súbitos. Força física aumentada. Violência. Pulsação. Distúrbios dos animais causados por mudança climática.
Tropismo homeopático:
Sistema nervoso (central e periférico), parassimpático, mucosas, meninges, pele, glândulas.
Patogenesia
Sinais funcionais:
Congestão rápida e intensa dos centros nervosos. Com tendência a delírios e espasmos. Taquicardia, aumento da pressão arterial, dilatação da pupila (midríase), aumento do sangue nos capilares (pequenos e minúsculos vasos) sanguíneos (hiperemia capilar). Hipersensibilidade acompanhada de angústia. Menor secreção nas mucosas e das glândulas. Calor corporal, rubores, dores.
A retina torna-se insensível aos objetos reais e passa a captar imagens da psique (geralmente imagens subjetivas, fantásticas, monstruosas). Há perversão dos sentidos.
Sinais de exaltação:
Sensação de tudo arder dentro do corpo (como se queimasse nas chamas do inferno).
Sensações faca atravessando a cabeça entre as têmporas, objetos vermelhos, cabeça com volume aumentado, objetos aumentados e alongados. Ilusões com monstros, demônios, animais imaginários, faíscas, centelhas.
Sinais mentais:
Alucinações mentais. Grande agitação mental.
Sinais comportamentais:
Bate com a cabeça na parede e arranca os cabelos. Loquacidade (muda de assunto e não conclui). Explosão com delírio violento e fúria. Valentão e briguento. Vive fora da realidade. Cleptomania (apropriar de pertences alheios). Fala enquanto dorme.
Sinais subconscientes:
Medos do sobrenatural, de animais, demônios, fantasmas, bruxas.
Sinais gerais:
Sonhos com fogo, brigas, pontapés. Delírios fora das crises de febre. Ansiedade religiosa. Desejo de resgatar algo perdido. Medo do sobrenatural.
Sinais físicos:
Dores latejantes. Grande afluxo de sangue no cérebro causando dores de cabeça. Vertigens. Pele ardente e brilhante. Abcessos frequentes. Dor na coluna. Dor ardente no ventre. Dor renal ardente. Mãos frias e cabeça quente. Menstruação abundante e de cor vermelho vivo. Palpitações cardíacas. Sensíveis à luz (a pupila dilata facilmente). Dores de cabeça são aumentadas com o mover dos olhos.
Generalidades:
Agrava:
Com toque, com trepidações, com ruídos, com barulho de água fluindo, após o meiodia, estando deitado, do lado direito, ao sol (ou local muito iluminado), em ambiente muito frio com corrente de ar. Agravação intensa quando corta o cabelo.
Melhora:
estando de pé (ou em posição semiereta), com compressas quentes no local afetado (após o fluxo menstrual).
Perfil (Criança):
Furiosas, destruidoras, se contrariadas ficam fora de si e jogam objetos. Mediante negações batem com a cabeça e com as mãos, puxam cabelos e mordem. Têm medo de fantasmas, se impressionam com histórias de fadas, não dormem com medo de bruxas e outras figuras. O corpo tem extremidades frias com cabeça quente. Têm tendência religiosa e de roubar objetos dos (as) colegas.
Não devolvem facilmente os brinquedos. São impressionáveis sobre demônios e monstros. Têm dilatação das pupilas. Não toleram trepidação. Têm alteração de consciência. São corpulentas. Assumem força física extraordinária ao brigarem/reagirem por provocação. Criança colérica e birrenta.
Perfil (Adulto):
Alguns traços físicos e constituições corporais podem estar estreitamente associados à frequência dos sintomas. O tipo Belladona é corpulento cintura a cima (tronco) e vermelhões. São alegres e compassivos quando saudáveis, porém violentos e delirantes nos distúrbios (anjo na saúde, demônio no desequilíbrio). São pessoas saudáveis, com muita energia corporal e espiritual. Sensíveis a trepidações. Durante os distúrbios tornam-se inquietos,agitados e muito sensíveis à luz, aos sons, ao toque, aos movimentos, à dor, às desavenças.
Indicações:
Destacam-se os distúrbios do sistema nervoso (perversão da sensibilidade) congestão (afluxo de sangue) repentina, fúria, repuxamentos, convulsões e dor. Aumenta a reação vital dos organismos.
Quadros Comuns
Cabeça e pescoço:
Olhos vermelhos empurrados afora (ficam salientes). Língua seca, vermelha (com paralisia ou trêmula com papila saliente). Ranger de dentes, cefaleia pulsante e congestiva, garganta vermelha, inchaço das amídalas, secura que dificulta engolir e falar, face vermelha calorenta, tosse seca irritante, pupila dilatada, fotofobia, sensibilidade do couro cabeludo, pulsação visível nas carótidas e temporais, sensação que a cabeça vai estourar (pressão de dentro afora do cérebro). Congestão das membranas internas ou externas do olho, dor pulsante ou ardente nos olhos, hipertensão ocular, contrações musculares na face, bócio (inchação) resultante das congestões na cabeça e pescoço. Congestão do cérebro e da medula. Secura da mucosa nasal, coriza com sangue.
Laringe:
Congestão repentina, secura, constrição, calor pulsante, rouquidão (afonia), tosse seca, dor que aumenta à noite. Sensação de bola na garganta.
Abdome:
Congestão repentina. Abdome quente, tenso, sensível. Abdome doloroso, as dores aparecem e desaparecem subitamente.
Enjoos de leite e de carne, cãibra do estômago após se alimentar. Espasmo dos esfíncteres.
Rins:
Dor repentina intensa, com sensibilidade, com micções de emergência e ardentes que agravam com tosse, pouca urina e com espasmo doloroso na base da bexiga.
Órgãos Genitais:
Calor, inchaço, vermelhão no saco escrotal com sensibilidade e dores pulsantes, distensão, calor, dor no baixo ventre (andar difícil com dor). Útero pesado. Vagina dolorosa. Fluxo menstrual intenso, adiantado, fétido e quente.
Pele:
Erupções em eritemas vermelhos, calor, sensibilidade, percebe pulsações no local. Estado febril na pele (primeiro secura, depois umedecimento) acompanhado de sede intensa de água fria e de dificuldade de dormir.
Coração:
Taquicardia, aumento da pressão arterial.
Quadros gerais:
Usar principalmente nos casos agudos estando presentes também os sintomas, olhos vermelhos, pupila dilatada, olhar fixo, latejamento, alucinação, delírio e febre. Prevenção da escarlatina e da hidrofobia. Meningite. Profilaxia (após a instalação da doença) da escarlatina. Congestão cerebral (exceto de insolação) ou seja, afluxo intenso de sangue causando inclusive vermelhão. Congestão ocular.
Dor de cabeça intensa, congestiva, latejante que piora ao inclinar ou deitar. Distúrbios que começam na cabeça e vão até os pés. Inflamações locais (no primeiro instante é o tratamento mais importante). Inflamações (qualquer parte do corpo) repentinas que avançam rápido, avermelhadas, dolorosas e pulsantes. Otites dolorosas, febres de infecção, febre sem sede (com tendência a transpiração). Inflamações diversas, nos abcessos, furúnculos, carbúnculos, caxumba, amidalite, sempre com latejamento (pulsação). Sono agitado nas crianças que ficam de olhos semi-abertos, de cabeça quente, rangendo dentes, assustadiças, com pavor. Convulsões repentinas da fase de dentição, com febre. Dores que pioram quando deita do outro lado doente. Dores que vão e voltam de repente. Dores nevrálgicas da face e dos olhos. Dor de garganta quando vermelha brilhante e seca (boca também seca), espasmo (contração) da garganta. Língua com linha vermelha no meio. Aversão à água. Ilusão de ótica. Alucinação de audição e de olfato. Casos antigos de epilepsia (alternar com Calcareacarbonica). Convulsões, espasmos e tremores. Inflamação das parótidas (caxumba). Estrabismo seguido de congestão cerebral. Flebite, dor reumática errática.
Cuidado:
Age rapidamente e tem efeito intenso. Deve ser acompanhada com atenção.
Quadros animais:
Distúrbios repentinos causados por mudanças climáticas, com mucosa ressecada (mas pele úmida), com pupila dilatada, com muita sede. Cães com tosse convulsiva. Os agravamentos são geralmente à noite. Recomendado em cavalos de raça.
Quadros de infecção com febre, porém, somente antes da exsudações. 4D, 3CH, 4CH, 30D, 200D.
Quadros vegetais:
Plantas sensíveis a luminosidade de tal modo que alteram os posicionamentos das folhas (nastias). Sensibilidade a mudanças de fatores climáticos principalmente a temperatura, a umidade do ar. Sensibilidade a neblina ou nevoeiro. Manchas escuras nas folhas causadas pelo fungo da ferrugem e pelas queimaduras de sol. Plantas com manchas avermelhadas nas folhas e nos folíolos começando no ápice dos ramos. Ferrugem das frutas em plantas arbóreas. Quadros de formigas saúvas (cabeçudas) que agridem vigorosamente e repetidamente as plantas cultivadas (30CH). Os formigueiros tratadas com Belladona não são extintos porém passam a ter atividade lenta e equilibrada. A aplicação deve atingir as plantas e os caminhos (carreiros) feitos pelas formigas.
Atenção:
Nos distúrbios súbitos e violentos. Rosto vermelho (boca e lábio pálidos) quente, latejante e pupila dilatada. Febre com delírio. Nos distúrbios tudo arde por dentro do corpo e transpira muito. Adequado às pessoas corpulentas e pletóricas. Adequado a pessoas jovense alegres que quando adoecem chutam, batem, mordem. Aumenta a reatividade vital das pessoas.
Outras denominações:
Belladona bacifera, Solanum furiosum, Solanum lethal.
Dinamizações:
3CH, 6CH, 12CH, 30CH, 100C, 200C, 1000C, 10.000C.
Homeopatia complementar:
Calcarea carbonica.
Homeopatias sucessoras recomendadas:
Aconitum, Arsenicum, Cactus, Calcarea carbonica, Chamomilla, Carbo vegetabilis, China, Conium, Hepar, Hyoscyamus, Lachesis, Mercurius, Moschus, Muriaticum acidum, Nux vomica, Pulsatilla, Rhus, Sepia, Silicea, Stramonium, Sulphur, Valeriana, Veratrum.
Incompatíveis:
Dulcamara, Aceticum acidum.
Antídotos:
Aconitum, Camphora, Coffea, Hepar, Hyoscyamus, Mercurius, Opium, Pulsatilla.
Duração:
1 a 7 dias.
Phatak
Belladona
Autor: Dr. S. R. Phatak
Obra: Matéria Médica Concisa
Generalidades:
Belladona atua sobre os centros nervosos produzindo espasmos, convulsões e dor. Sua ação sobre o cérebro causa excitação furiosa e perversão de sentidos especiais.
A circulação nos vasos sanguíneos e capilares torna-se ativa, causando congestão, pulsação e dilatação das artérias. As membranas mucosas ficam secas. Seus efeitos são súbitos e violentos. Calor ardente, vermelho brilhante e seco são muito acentuados. Quente corpo, parte, descargas etc. Vermelhidão ocorre em estrias. dor neuralgica grave, que vem e vai repentinamente. Plenitude, congestão esp. cabeça e inchamento são outras características. As dores estão latejanto, afiado, corte, tiroteio ouarranhando, de severidade enlouquecedora, indo e vindo em ataques repetidos. As descargas são quentes e escassas. Espasmos, choques, trechos e torções. As constrições ocorrem em partes do corpo como garganta, vagina, etc. ou em todo o corpo. Sensível à luz, ruidos, choques. Os ataques epilépticos são seguidos por náuseas e vômitos. As convulsões começam no braço. Os espasmos seguem-se da inconsciência prolongada. Joga o corpo parafrente e para trás, coréia. Atua como profilático na escarlatina. Bócio exoftálmico, com toxemia tireoidiana extrema. Hidrofobia. Útil no enjoo aéreo. Sua influência é sentida mais em pessoas inteligentes e pletóricas que são joviais e divertidas quando estão bem, mas violentas quando doentes, portanto, um ótimo remédio para crianças. Efeitos nocivos de cortar o cabelo, molhar a cabeça. Salsichas. Sol.
Andar no vento ou corrente de ar. Hemorragias, quente. Calor no corpo, as partes estão quentes, inchadas e secas. Sintomas do lado direito. Hemorragias, quente. Calor no corpo, as partes estão quentes, inchadas e secas. Sintomas do lado direito.
Piora:
Calor do Sol, se aquecido. Desenhos na cabeça, corte de cabelo, lavagem decabeça. Depois de tomar frio. Luz, barulho, chocante. Suor verificado. Tocar. Empresa. Pressão. Movimento. Pendurra parte afetada. Tarde. Deitado. Olhando para objetos brilhantes ou água corrente.
Melhora:
Cobertura leve. Curvando-se para trás, semi-ereto. Descanse na cama. De pé. Encostando a cabeça em algo. Dobrar ou virar a parte afetada.
Mente:
Acuidade dos sentidos. Totalmente delírio. Feroz, excitado, barulhento, clama. Fala rápido, Muuito inquetado. Mordendo, golpeando, rasgando mania. Cospe no rosto de outras pessoas. Vê monstros, rostos horríveis. Medo de coisas imaginárias.
Desejo de escapar ou se esconder. Perversidade, com lágrimas (crianças). Excitável, chora facilmente. Briguento. Tendência para dançar, rir, cantar, assobiar. Começa a se assustar com a aproximação dos outros. Geme constante. Desejo de rapé. Um anjo quando está bem e um demônio quando está doente. Senta e quebra pinos. Sintomas mentais melhor com alimentos leves. O paciente vive em seu próprio mundo.
Cabeça:
Pulsar, martelo, dor de cabeça nas têmporas, pior movimento, melhor deixar o cabelo solto, colocando a mão na cabeça, inclinando a cabeça para trás. Sentindo-se no cérebro como a lavagem da água. Ele sobe e desce em ondas. Sensação de frio na cabeça no meio da testa. Vertigo pior inclinando-se e subindo de inclinação. Hidrocefalia, com perfuração da cabeça nos travesseiros. Os cabelos se dividem, ficam secos e saem. Rola a cabeça. puxa o cabelo dela. Meningite. Insolação. As dores descem da cabeça. Cabeça sensível a correntes de ar e frio, ou lavar o cabelo.
Olhos:
Pupilas dilatadas. Olhos, brilhantes, proeminentes, fixos. Conjuntiva vermelha.
Alucinações ardentes, vermelhas e vívidas, mesmo ao fechar os olhos. Ataques de cegueira, depois visão amarela. Vê flashes vermelhos antes da visão. Fotofobia. Diplopia. Triplopia. Cegueira à luz da lua. Sensação como se os olhos estivessem semicerrados. Pálpebras sinta-se dolorido, congestionado e inchado. Exoftalmo. Lacrimação como salmoura. As linhas aparecem tortas durante a leitura.
Ouvidos:
A dor causa delírio, criança chora durante o sono. Inflamação na orelha. Autofonia ouvir a própria voz no ouvido. Hematoma. Ruídos nos ouvidos.
Nariz:
Vermelho, inchado. Odores imaginários, odor de tabaco intolerável. Sangramento do nariz, com o rosto corado.
Face:
Fogosa, vermelho, túrgido e quente, ou fica pálido e vermelho alternadamente. Edema semilateral da face. Distorção espasmódica da boca (risussardonicus).
Movimentos convulsivos dos músculos da face. Neuralgia facial, com espasmos dos músculos e face ruborizada. Maxilar inferior, como se puxado para trás.
Boca:
Seco, quente. Língua, vermelho, quente, inchado. Bordas da língua vermelhas. Língua de morango. Listra vermelha no meio da língua, mais larga na ponta. Ranger dos dentes. Língua pendurada para fora da boca (crianças). Parte anterior da língua fria e seca. Dor de dente melhor mordendo. Mastigar movimentos da boca como se mastigasse ou chupasse. Fala gaguejante. Mandíbula travada. Hálito quente.
Garganta:
Seco e quente.
Amígdalas aumentadas. Amigdalite pior lado direito. Incitando a engolir, com asfixia. A garganta parece contraída. Deglutição difícil, Bebidas em goles.
Deve tomar uma bebida para engolir alimentos sólidos. Ao engolir, inclina a cabeça para a frente e levanta os joelhos. Embreagens durante a epilepsia.
Estômago:
Desejo de limonada ou de limões (que concordam). Aversão a carne, ácidos, café, leite, cerveja. Vomita tudo, com palidez e fraqueza. Grande sede de água fria. Medo de beber. Soluço espasmódico, com suores e convulsões. Dor no estômago que se estende ao ombro e à garganta, agg. pressão.
Abdome:
Distendido, quente ao toque da roupa de cama. Dor cortante no epigástrio ao dobrar-se para trás. O cólon transverso distende-se e projecta-se, como uma almofada, durante a cólica abdominal. Cãibra e cólica, como se uma mão tivesse agarrado alguma parte. Dor aguda na região do fígado, estendendo-se ao ombro e ao pescoço, quando deitado sobre ele. Dor em garra à volta do umbigo. Forçar o abdome para baixo, como se todas as vísceras se projetassem através dos órgãos genitais. Prolapso agudo do ânus. Fezes; verdes, disentéricas ou com pedaços de giz. Fezes involuntárias. Piles, com dor nas costas como se estivesse a partir. Dor na região esplénica agg. espirros, tosse, toque.
Urinária:
Micção involuntária, ao deitar-se, ou ao levantar-se, ou à noite, quando sonolento, durante o dia. Retenção de urina, com paralisia da bexiga, pós-parto. Urina vermelha ardente, micção frequente e abundante. Hematúria sem condições patológicas. Sensação na bexiga como se um verme estivesse a entrar, sem desejo de urinar.
Homem:
Testículos duros, puxados para cima, inflamados. Suor nos órgãos genitais. Tumor mole e indolor na glande.
Feminino:
Menstruação brilhante, vermelha, com coágulos, demasiado cedo, demasiado abundante, quente, jorrante, ofensiva. Metrite. Rigidez do osso. Violenta inclinação para baixo em direção aos órgãos genitais, como se tudo fosse cair, quando se está de pé ou sentado ereto agg. deitado. Mastite, dor latejante, vermelhidão, estrias que irradiam dos mamilos. Mama pesada, dura e vermelha. Lóquios diminuídos, quentes e ofensivos.
Útil no confinamento de mulheres que têm os seus filhos tarde na vida. Leucorreia, com cólicas. As dores de parto vêm e vão de repente, ou cessam.
Respiratório:
Tosse seca, curta e com cócegas, agravada pela noite. A laringe é muito dolorosa, sente-se como se houvesse um corpo estranho nela, com tosse. Tosse agg. poeira fina no ar. A criança chora antes da tosse. Tosse agg. bocejar. Voz aguda. Tosse ou voz que ladra. Tosse convulsa, com dor no estômago antes do ataque, com hemoptise.
Respiração com estalos de Cheyne. Gemido a cada respiração. Respiração difícil, curta e rápida. Asma em tempo quente e húmido.
Coração:
Pulsação nas artérias carótidas e temporais. Pulso cheio, duro, tenso. Palpitação violenta, com respiração difícil. Borbulhar na região do coração.
Pescoço e costas:
Rigidez do pescoço e do ombro (direita). Inchaço das glândulas na nuca. As costas parecem partidas. Lumbago, com dores nas ancas e coxas.
Extremidades:
Espasmos nos membros.
Articulações, inchadas, vermelhas, brilhantes com estrias vermelhas a irradiar. Peso e sensação de paralisia nos membros. Extremidades frias.
Coxeamento involuntário. Flegmasia alba dolens. Tremor dos membros. Fraqueza e andar cambaleante. Deita-se ou senta-se com os pés cruzados, não os consegue descruzar.
Pele:
Brilhante, vermelha, lustrosa. Seca e quente. Palidez e vermelhidão alternadas da pele. Dermatite intensa. Escarlatina. Erisipela. Furúnculos, que regressam todas as primaveras.
Sono:
Sonolento mas não consegue dormir. Geme e remexe-se durante o sono. Sacudidelas durante o sono. Sonhos assustadores de brigas, fogo, ladrões, assassinos. Tem visões assustadoras ao fechar os olhos. Dorme com as mãos debaixo da cabeça. Sono pesado com mãos quentes
Febre:
Febre alta com ausência comparativa de toxemia. Frio interno, com calor externo pungente, ardente e fumegante. Cabeça quente, com membros frios. Pele quente, mas húmida e seca alternadamente. Sem sede com febre.
Complementos:
Bor, Calc, Hep, Merc, Nat-m.
Relacionados:
Glo, Hyo, Stram.
Sankaran (Resenha)
Belladona
Autor: Rajan Sankaran
Obra: Texto baseado no livro The Soul of remedies de Rajan Sankaran. O Texto está diferente do original mas as idéias foram mantidas
Informações gerais:
Belladonna é um remédio vegetal da família das solanaceaes
Miasma:
Pertence ao miasma agudo.
Sensação:
O principal sentimento de uma pessoa Belladonna é de uma ameaça repentina de fora da qual ele tem que escapar para sobreviver. A rapidez é uma das principais características da Belladonna. Tudo vem e vai com a rapidez.
Mas enquanto dura, parece haver uma situação muito intensa e com risco de vida, a pessoa está fora de si e quer fugir. Além disso, há um certo grau de violência em suas sensações e ações.
Belladonna pode ser bastante alegre. Na verdade, ele pode estar dançando, rindo, cantando e pode ter um sentimento geral de alegria e exuberância. Mas quando vem o ataque, ele fica louco de medo e ansiedade, de excitação, com pulsação das carótidas, palpitação do coração e sensação de ameaça ou perigo iminente. Para Belladonna, existe a rubrica: “Inconsciência interrompida por gritos”. Sua interpretação é que o paciente de Belladonna permanece inconsciente de seus problemas e eles vêm repentinamente à sua consciência e o deixam muito excitado.
Os delírios, sonhos e medos de Belladonna têm a ver com ameaça repentina, por exemplo:
• Delírio, touros, de.
• Medo, coisas imaginárias, de.
• Medo, animais, de.
• Medo, morte iminente, de.
• Ilusão, forca com medo de, visão de.
E ele reage com violência, impulso de colocar fogo, tentativas de luta e fuga. É preciso fugir. Há uma sensação de que ele será perseguido, morto. Portanto, ele corre, foge, se enfurece.
Comparações:
A diferença entre Belladonna e Stramonium é que em Belladonna a situação específica é como a de quem está prestes a ser levado para a forca, enquanto em Stramonium é como a de uma pessoa perdida na selva.
Stramonium procura alguém a quem se agarrar, buscando luz e companhia, enquanto a ação principal em Belladonna é reagir violentamente para se salvar, por exemplo, desejo de escapar; raiva.
Físico:
Dores paroxísticas repentinas que surgem repentinamente e desaparecem repentinamente. Extremamente sensível à luz, ruído e choque.Desejo de limonada, suco de limão.As dores são latejantes.
Rubricas:
• Doenças de susto.
• Fora de si, sendo.
• Delírios, animais de, assustadores.
• Delírio, touros, de.
• Delírio, cachorros veem.
• Delírio, assassinado, ele será.
• Delírio, perseguido por inimigos.
• Escapar, tenta.
• Exuberância.
• Medo, forca, do.
• Fogo, quer armar as coisas.
• Inconsciência interrompida por gritos.
• Ações de violência, levando a raiva.
• Medo alternando com raiva. Kent
• Micção involuntária durante o sono; difícil de despertar
• Admoestação agrava.
• Direção dos sintomas, aumentam e diminuem repentinamente.
Nilo Cairo
Belladona
Autor: Sr Nilo Cairo
Obra: Guia de Medicina Homeopática
Sinonímia:
Atropa belladona, Belladona bacifera, Solanum furiosum e Solanum lethale. Pertence às Solanaceae. Remédio agudo, repentino, violento, vermelho e quente. Unicamente útil nos casos agudos, caracterizados por olhos vermelhos e dilatados, alucinações, latejos, mania, delírio violento e febre. Cabeça quente e pés frios. A trepidação e a luz agravam. Hipersensibilidade do couro cabeludo. Congestão cerebral, exceto da insolação. Cefalalgia intensa, congestiva, com face vermelha e latejos da cabeça e das carótidas, piorada por inclinar-se ou deitar-se. Meningite. Males que começam na cabeça e acabam nos pés. Sono agitado das crianças, olhos meio abertos, cabeça quente, ranger de dentes, sobressaltos, convulsões súbitas da dentição, com febre. Um grande remédio das crianças. Fisionomia que traduz ansiedade e pavor. “Nas inflamações locais, Belladona é no primeiro periodo mais importante do que qualquer outro medicamento. Não importa o lugar em que se estabeleçam essas inflamações, cabeça, garganta, seios, ou qualquer outro órgão, contanto que se apresentem de um modo brusco, tenham uma evolução rápida e a região esteja vermelha, dolorosa e latejando” (DR. NASH). Inflamações, abscessos, furúnculos, carbúnculos, caxumbas, amigdalites, dor de dentes, qualquer estado mórbido em que há latejamento. Ilusões de óptica. Dores que se agravam pelo deitar do lado oposto ao doloroso; que vêm e vão subitamente. Congestão ocular. Dilatação pupilar. Erisipela lisa, luzente, e tensa. Nevralgia facial relampejante, em curtos acessos, com vermelhidão da face e dos olhos. Escarlatina lisa, variedade de Sydenham, pele vermelha, brilhante, principal remédio. Profilático (30.ª). Otites com dor intensa. Bócio exofíálmico. Boca seca. Dor de garganta; vermelha, brilhante, lustrosa, muito seca. Um grande medicamento da garganta. Aversão à água. Espasmos na garganta. Língua com raia vermelha no centro. Convulsões, espasmos e tremores. Um grande remédio dos casos antigos de epilepsia, em alternação com Calcarea carb. Alucinações sensitivas; ilusões oculares, auditivas e olfativas. Espasmos do colo do útero. Regras antecipadas e profusas. Estrangúria nervosa. Hemorragia uterina de sangue vivo, fluido e com coalhos. Útil no começo das febres infecciosas, quando predominam as desordens dos centros nervosos: febre sem sede. Tendência à transpiração. Preventivo e curativo do Mal do ar dos aviadores.
Dose:
1.ª 3.ª 6.ª 12.ª 30.ª, 100.ª 200.ª 1000.ª e 10000.ª.
A – Belladona
É a planta que com Hyosciamus e Stramonium constitui o trio dos remédios do delírio. Ação geral: Ataca profundamente o sistema nervoso, onde produz uma congestão ativa, uma perversão da sensibilidade, uma excitação furiosa, dores, espasmos e convulsões. Produz sobre os centros nervosos o “delírio atropínico”.
Sobre o cérebro age, produzindo insônia, mania furiosa, acompanhados de um afluxo de sangue a esta região traduzido pelo rubor da face, cefalalgia congestiva, intolerância pela luz e pelo ruído. Produz ainda nos centros nervosos perturbações traduzidas por movimentos coreiformes, ilusões auditivas e ópticas, espasmos, etc.
Nos intoxicados pela Belladona, a autópsia revelou uma enorme congestão cerebral, acompanhada também de congestão bulbar, do cerebelo e da medula. Sobre o coração, ela age como se se tivesse seccionado o vago. Provoca uma aceleração intensa do músculo cardíaco. Eleva a pressão sanguínea e provoca uma vasoconstrição capilar. Todos os vasos são hiperemiados, provocando o “eritema da beladona” e o rubor escarlatiniforme que se observa após o abuso de doses elevadas da Belladona, como fala MANQUAT. Sobre as mucosas e glândulas, ela como que paralisa as secreções. Características: É um medicamento que convém aos pletóricos e aos intelectuais. Provoca uma congestão da cabeça, parecendo que todo o sangue do organismo lá se encontra, pois a cabeça fica quente enquanto que as extremidades são frias. Os olhos vermelhos, injetados; a face purpúrea; as carótidas batendo violentamente. Delírio violento, terrível. Há uma violência terrível chegando ao estupor só por exceção, justamente o contrário de Hyosciamus. É o primeiro remédio do estado inflamatório de qualquer região do organismo. Inflamação acompanhada de calor, rubor, sensação de queimadura objetiva e subjetiva, que acompanham um edema inflamatório com sensação de batimentos. Todos os sintomas de Belladona aparecem e desaparecem bruscamente. Grande hiperestesia; sensibilidade extrema; reação vital aumentada; irritabilidade de toda a economia e, sobretudo, dos centros nervosos. Dores lancinantes, pulsáteis, agravadas pela luz, pelo ruído, ao menor contato, pela posição deitada, e melhorada pela posição sentada e pelo repouso. Espasmos gerais e locais. Espasmos dos esfincteres.
Modalidades:
Lateralidade, direita. Agrava pelo tocar, ruído, corrente de ar, luz brilhante e deitado. Pelas bebidas, depois do meio-dia e pelo movimento. Melhora pelo repouso, sentado ou em pé, por aplicações frias e num quarto quente.
Sintomas mentais:
Excitação e violência. O paciente forna-se selvagem, rasga e morde tudo e a todos que estão ao seu alcance. Faz coisas estranhas e incompreensíveis. Delírio furioso, insensato. Delírio acompanhado de visões e alucinações. Vê fantasmas. Sonhos angustiosos e pesadelos. Estupor das crianças atacadas de meningite. Tendência ao suicídio por submersão.
Sono:
Estupor acompanhado de sonhos e agitação.
Cabeça:
Hipersensibilidade do couro cabeludo. Os males começam pela cabeça e depois prosseguem para baixo. Dor de cabeça congestiva; sensação de plenitude na frente, no occipital e nas têmporas. Dores lancinantes. Sensação dolorosa, expansiva, como se a cabeça estivesse aumentando de volume. Pressão dolorosa de dentro para fora. Vertigem na qual o paciente cai para trás ou para a esquerda.
Face:
Vermelha, quente, brilhante ou então pálida e fria. Ansiedade e medo representados no aspecto fisionômico. Movimentos convulsivos dos músculos faciais. Dores violentas na face. Paralisias a frigore. Erisipela de face de cor vermelha brilhante, tornando-se purpúrea e acompanhada de febre alta. Inflamação das parótidas (caxumba).
Olhos:
Congestão intensa. Pálpebras e conjuntivas inflamadas. Estrabismos sobrevindo bruscamente na congestão cerebral. Dilatação pupilar. Ilusões de óptica.
Orelhas:
Estados congestivos e inflamatórios.
Aparelho digestivo
Boca:
Mucosa bucal seca e vermelha. Secura da boca com sede intensa, tanto para grandes ou pequenas quantidades d’água de uma ou muitas vezes. Língua inflamada, com papilas salientes. Faixa vermelha no meio da língua, mais larga na ponta. Tremores da língua e paralisia lingual.
Faringe e esôfago:
Amígdalas aumentadas, com dificuldade no engolir, principalmente os líquidos. Sensação de uma bola na garganta. Espasmos de garganta com sensação de secura da mucosa do esôfago. Esofagismo.
Estômago:
Enjoo para o leite e pela carne. Grande sede, com violento desejo de água fria. Soluços. Náuseas. Dores em cãibra no epigástrio, depois das refeições.
Intestinos:
Distensão e inflamação do cólon transverso. Dores violentas e espasmódicas. Extrema sensibilidade ao tocar o abdome. Hemorróidas vermelhas, muito inflamadas, como dor queimante, que não podem ser tocadas. Prolapso anal.
Fezes:
Aquosas, líquidas, acompanhadas de tenesmo. Fezes esverdeadas, disentéricas com puxos.
Aparelho urinário:
Intensa irritação da bexiga e uretra. Desejo ardente de urinar. A urina sai gota a gota e queima intensamente o canal que está inflamado.
Órgãos genitais masculinos:
Inflamação dos testículos. Suores noturnos no escroto.
Órgãos genitais femininos:
Congestão útero-ovariana, dolorosa ao toque e sensível ao menor movimento. Hemorragia uterina acompanhada de contrações espasmódicas do útero. Hemorragia de um sangue vivo, fluido, misturado de coalhos. Seios ingurgitados e inflamados. Febre do leite.
Aparelho respiratório
Nariz:
Secura da mucosa nasal. Coriza mucosa misturada com sangue. Epistaxe com rubor congestivo da face.
Laringe:
Afonia. Inflamação laríngea com contrações. Tosse seca, breve, barulhenta, pior à noite.
Brônquios e pulmões:
Tosse seca, curta, noturna. Pontos dolorosos no peito enquanto tosse.
Aparelho circulatório:
Batimento das artérias e especialmente das carótidas. Palpitações violentas. Pulso duro, cheio e acelerado. Flebite inflamatória. Dorso e extremidades: Dor ao nível da nuca. Dor nos músculos intercostais e lombares que melhora pelo movimento lento. Dores reumatismais erráticas. Dores de ciática, agudas, aparecendo e desaparecendo bruscamente. Frilosidade.
Pele:
Formação de abscessos e furúnculos. Provoca um eritema vermelho escarlate, tão vivo que parece um rash escarlatinoso. Erisipela.
Febres:
Tremores iniciais, com frio geral e palidez da face, seguidos de intenso calor, com face vermelha, vultuosa, batimentos carotidianos, pulso duro, frequente, forte, e transpiração quente, geral, e mais pronunciada na face. Febre sem sede.
Ponto de Weihe:
Atrás do meio do esternocleidomastóidíeo, lado esquerdo.
Dose:
3.ªx, 5.ª 6.ª 12.ª 30.ª 100.ª 200.ª 500.ª 1000.ª e 10000.ª
Complementares:
Calc.
Remédios que lhe seguem bem:
Aconitum, Arsenic., Cactus, Calc., Chamom., Carbo veg., China, Con., Curare, Hep., Hyosc., Lachesis, Merc., Moschus, Muriat. acid., Merc. iod. rub., Nux., Pulsat., Rhus, Sepia, Silicea, Stramon., Sulph., Senega, Valer, e Verat.
Inimigos:
Dulcam. e Aceti. acid.
Antídotos:
Aconit., Camphora, Coffea, Hep., Hyosc., Merc., Opium, Pulsat., Sabadilla e Vinum.
Duração:
1 a 7 dias.
Externamente:
Pomada de beladona, nos mesmos casos em que é usada alopaticamente.
Belladona
Autor: Boericke
Livro: Matéria Médica
Benefícios e Indicações
Belladona (deadly nightshade) atua em várias partes do sistema nervoso, causando congestão ativa, excitação intensa, alucinações e espasmos. Seus principais efeitos se manifestam no sistema vascular, pele e glândulas, sendo associada a sintomas como pele quente e vermelha, rosto corado, olhos brilhantes e pulsação nas carótidas. É indicada para dores neurálgicas, escarlatina, bócio exoftálmico, enjoo aéreo e sintomas intensos e repentinos. Belladona é um ótimo remédio para crianças com febre alta, convulsões e inquietação.
Relação
Comparar com: sanguisorba officinalis, mandragora, hyoscyamus, stramonium, hoitzia.
Dose
Primeira à trigésima potência e superior. Repetir frequentemente em doenças agudas.
Referência Bibliografica
VITHOULKAS, George. Belladona. Disponível em: https://www.vithoulkas.com/learning-tools/materia-medica-boericke/belladonna-boericke/